LIVE- FRAGMENTOS

Live 2020

Companhia Negra de Teatro

Em “Fragmentos”, o ator Felipe Oládélè une trechos de trabalhos realizados pela Companhia Negra de Teatro. A performance é uma construção dramatúrgica a partir dos espetáculos “Chão de Pequenos” e “Um Preto”, provocando pensamentos sobre o atual momento em que vivemos, somado às discussões sobre questões raciais e sociais.

 

 

Direção e Dramaturgia
Felipe Oládélè
Atuação
Felipe Oládélè
Trilha Sonora Origina
Felipe Storino
Projeções
Fabiano Lana
Direção de Produção
Gabrielle Araújo
Colaboração
Clovis Domingos
Ramon Brant
Renata Sorrah
Mari Sochaczewski
Martha Kiss Perrone
2020
#EmCasaComSesc

Quemuel Costa
Crítica Fragmentos Ouçam. Vozes. Negras

“Uma tela preta, um canto preto. Um ator preto com roupas brancas em uma cozinha branca. Uma cozinha, um cenário, muitas possibilidades. Na performance Fragmentos, da Companhia Negra de Teatro, com Felipe Oládélè no projeto #EmCasaComSesc, do Sesc São Paulo, a única parte da casa que consigo identificar e ter acesso é a cozinha. E é nesse espaço onde se prepara o alimento e que já foi – infelizmente ainda é – espaço de abuso para tantos pretos que, de forma muito irônica, Felipe lê uma receita. Uma receita para redimensionar a existência. Uma receita para preto. Uma receita para ser antirracista? Adicione likes ancestrais.”

 

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//4parede.com/critica-fragmentos-oucam-vozes-negras/?fbclid=IwAR2NZZRTkH71K1ZtyRT-WEunaQEBy6dQbPcYNBQYVtdlm1ImRLL-74Zu9Y4

Amilton de Azevedo
passado, presente, porvir: um preto mosaico

” Oládélè apresenta Fragmentos de sua cozinha; evidencia-se assim o caráter doméstico típico das produções da pandemia. Ao mesmo tempo, o artista conta com um amparo multimídia que redimensiona a estética proposta. Oládélè acompanha no saxofone a trilha sonora original de Felipe Storino e dança diante das projeções de Fabiano Lana. Com um teclado controlador, transforma um pedido – ouçam vozes negras – no beat que embala a cena.”

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Carolina Caju
Fragmentos

E chegam os sons de um sopro, na penumbra da cozinha, reverberando pelos azulejos: “Ouçam vozes negras”. Ouçam essas vozes que ecoam, vozes ancestrais, vozes do passado e do futuro.
E vejo projetado na cozinha, um futuro. Futuro onde as pessoas negras marcham, em multidão, e nada consegue pará-las. Marcham como uma grande onda que transborda a minha Tv, computador, engole a minha sala, o meu sofá, os meus pés no chão, minha mão no rosto e minha pele branca.
E quando a onda retorna pra calmaria do mar que é Felipe. Ali de volta, na cozinha, com os olhos vivos olhando dentro dos meus, cantando uma nova canção, é possível confirmar que ele não está sozinho. Há toda uma multidão que o acompanha e que está ali, mesmo que não seja possível ver nas paredes, mas está ali naquele olhar presente.
(emoticons de som) Oni saurê, Aul axé, Oni saurê, Oberioman, Oni saurê, Aul axé babá, Oni saurê…”

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